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Como o Brasil está se posicionando no combate ao Financiamento do Terrorismo?

O combate ao Financiamento do Terrorismo é um dos grandes desafios da agenda regulatória e de segurança internacional. Embora o Brasil não seja um alvo frequente de ataques, sua posição no sistema financeiro global exige uma postura vigilante e proativa. 

O país desempenha um papel relevante no monitoramento de movimentações financeiras, na criação de normas de prevenção e na cooperação internacional para frear o avanço de grupos que utilizam o sistema financeiro para sustentar suas operações. 

No 7º Congresso Internacional do IPLD, o painel “Desafios e Avanços na Prevenção ao Financiamento do Terrorismo: Cooperação Internacional e o Papel das Instituições Financeiras” trouxe contribuições valiosas para entender como o Brasil está se posicionando frente a esse cenário e qual é a parcela de responsabilidade das instituições financeiras e demais setores obrigados. 

Entre a percepção e a realidade do Risco: principais desafios 

Durante o painel, ficou claro que ainda existe uma visão equivocada em parte do setor financeiro sobre os fluxos relacionados ao terrorismo. A ideia de que esses recursos seriam irrelevantes, em comparação à lavagem de dinheiro, pode levar a um perigoso relaxamento nos controles. 

“Uma fala comum no setor financeiro é a de que o terrorismo movimenta volumes baixos, ao contrário da lavagem de dinheiro. Mas, grandes grupos terroristas, movimentam quantias milionárias, e até bilionárias, então é importante chamar atenção para essas movimentações.”, destacou o especialista Jorge Lasmar (PUC Minas) durante o painel.  

Organizações terroristas de grande porte possuem estruturas financeiras robustas, utilizam múltiplos canais de movimentação e podem se valer de operações aparentemente legítimas para ocultar a origem e o destino dos recursos. Identificar esses sinais depende de controles mais sofisticados e de uma cultura de Compliance que não minimize o Risco. 

O papel do Brasil no cenário global 

A realidade brasileira é particular. Como destacou Ricardo Saadi (à época Diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado e à Corrupção da Polícia Federal, atualmente Presidente do Coaf), o Brasil, tradicionalmente, foi alvo de poucos ataques terroristas ao longo de sua história.

O que, eventualmente, pode se trazer como uma preocupação para o Brasil é a questão do financiamento a atividades terroristas.

Em outras palavras, o Brasil pode funcionar como rota de apoio financeiro ou logístico, servindo de passagem para recursos que abastecem grupos atuando em outros países. Essa posição exige atenção redobrada porque torna o país um elo sensível em cadeias de financiamento global. 

Nesse contexto, a regulação nacional e a atuação dos órgãos de supervisão buscam alinhar o Brasil às recomendações internacionais, como as do GAFI (Grupo de Ação Financeira Internacional). A adesão a esses padrões Fortalece a Reputação do país e Mitiga o Risco de sanções externas, que podem afetar tanto o setor financeiro quanto a economia de forma geral. 

Cooperação internacional e responsabilidade compartilhada 

O combate ao Financiamento do Terrorismo é uma demanda que transcende fronteiras. Grupos terroristas operam em rede e exploram fragilidades de países que não têm mecanismos de controle robustos. Por isso, a cooperação internacional é fundamental. Esse esforço depende da atuação coordenada de: 

  • Órgãos de inteligência e segurança: monitorando fluxos internacionais e compartilhando informações relevantes.
  • Instituições financeiras e setores obrigados: implementando políticas e tecnologias capazes de identificar movimentações atípicas.
  • Órgãos reguladores e supervisores: garantindo fiscalização contínua e cobrando efetividade dos Programas de PLD-FTP. 

As instituições privadas, em especial, precisam ir além da Conformidade formal. É necessário investir em capacitação de equipes, no aprimoramento de modelos de monitoramento de transações e na adoção de tecnologias avançadas de análise de dados, para antecipar e responder de forma rápida às tentativas de financiamento. 

E o seu papel? 

Pode parecer que o tema está distante do dia a dia, mas não está. Cada instituição obrigada a estruturar um Programa de PLD-FTP tem a responsabilidade de incluir o Financiamento do Terrorismo como Risco Central em suas matrizes, garantindo políticas de detecção, prevenção e resposta adequadas. Isso significa: 

  • Revisar e reajustar periodicamente os procedimentos internos às melhores práticas internacionais.
  • Ampliar a análise de risco, considerando clientes, parceiros e terceiros. 
  • Investir em tecnologia e inteligência para monitorar padrões que o olhar humano, sozinho, não consegue captar.

Enfrentar esses desafios exige mais do que seguir regras, demanda inteligência e ferramentas adequadas. A AML Reputacional oferece soluções que unem Tecnologia de Ponta, Inteligência de Dados e Metodologias Avançadas para apoiar empresas na Gestão de Riscos Regulatórios e Reputacionais. 

O Brasil avança em sua inserção no combate global ao terrorismo, mas esse esforço só será bem-sucedido se cada instituição assumir sua responsabilidade. Afinal, o financiamento é o combustível do terrorismo e cortá-lo na origem é uma forma de proteger não só a sua empresa, mas também a sociedade como um todo. 

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