O desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, determinou a soltura de Diogo Cuoco, filho do ator Francisco Cuoco, preso nesta semana durante a Operação Circus Maximus. Outros cinco investigados também tiveram a prisão revogada.
A operação apura um suposto esquema de propinas e má gestão de investimentos do BRB em fundos de pensão. O banco administra vários fundos, abastecidos com dinheiro de servidores estaduais e municipais.
Na decisão, o desembargador Ney Bello determinou a revogação da prisão preventiva e proibiu Cuoco de manter contato com todos os investigados na operação.
O magistrado justificou a soltura dele argumentando que a “desproporcionalidade entre o que se busca obter, em termos de provas – nem se sabe se existem –, e a medida cautelar extrema é evidente”.
Foram autorizados a deixar a prisão:
- Diogo Cuoco;
- Nilban Júnior de Melo;
- Dilton Castro Junqueira Barbosa;
- Marco Aurélio Monteiro de Castro;
- Andrea Moreira Lopes;
- Carlos Vinícius Raposo Machado Costa.
A Justiça também determinou a inclusão de Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente João Figueiredo, na lista vermelha de difusão da Interpol. Ele está foragido desde o dia 29 de janeiro.
Diogo Cuoco, que estava no centro de detenção provisória Pinheiros III, em São Paulo, saiu por volta das 15h deste sábado (2).
Diogo Cuoco, que é filho do ator Francisco Cuoco, foi apontado pelo Ministério Público Federal como responsável pela lavagem de dinheiro mediante notas fiscais frias sobre os negócios ilícitos de corrupção e crime contra o sistema financeiro da organização criminosa BRB/Empresários do Empreendimento LSH Barra.
Na decisão em que autorizou a prisão de Diogo Cuoco, o juiz Federal Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara de Brasília, argumentou que a prisão preventiva era necessária para evitar que ele ocultasse provas de lavagem de dinheiro.
O que dizem as defesas:
A defesa de Diogo Cuoco, o advogado Fernando Augusto Fernandes nega qualquer irregularidade e diz que Cuoco prestou longo depoimento às autoridades. Para ele, a justiça prevalece com a decisão do desembargador Ney Bello.
No pedido de habeas corpus, a defesa de Diogo Cuoco argumentou que a prisão não era necessária uma vez que ele tem colaborado com as investigações. A defesa alegou ainda que ele não é mais sócio administrador da empresa Globomix, investigada na operação.
A defesa de Dilton Barbosa argumentou, no pedido de habeas corpus, que a prisão cautelar havia se baseado nas declarações de delatores e que não há provas dos supostos pagamentos de propina a ele.
Os advogados de Nilban Júnior de Melo alegaram no pedido de habeas corpus que não há no processo qualquer prova contra ele além da afirmação de um delator.
O G1 busca contato com as defesas dos demais investigados. Até a última atualização desta reportagem, ainda não havia obtido resposta.